sábado, 9 de novembro de 2013

O exercício do professor Ernandes

Eu já comentei no FB o exercício do professor Ernandes Silva que testei, e por ter gostado tanto, usei diversas vezes. Volto a ele agora, em mais detalhes e com diversas dicas. A palheta de cores é:
azul ultramarinho
amarelo indiano
alizarim crimson
branco de titanium
branco de zinco (opcional)
Vamos começar com as seguintes questões:

  • Ao contrário do primeiro plano, onde as cores são quentes, conforme os planos vão se sucedendo em direção ao horizonte, as cores vão esfriando, tendendo mais para os azuis e os violetas. Isto não é difícil de se comprovar, bastando estar diante de uma paisagem com montes que vão se distanciando até o horizonte. Compare a cor dos relevos mais próximos com aquilo que você vê no horizonte. Notou como o que está mais longe é mais azulado, e tem suas cores rebaixadas em direção ao cinzento?
  • Conforme a geografia vai se distanciando tudo se torna mais claro, enquanto que os detalhes vão esmorecendo, até que tudo se transforma em simples manchas.

Estes dois efeitos compõem o que chamamos de perspectiva espacial. Vamos começar então.
1. Início:
A proposta do professor Ernandes Silva é que passemos por uma primeira fase trabalhando somente com o azul ultramar e o branco.
O detalhe que o professor realça é que no primeiro plano, o azul deve ser utilizado puro, ficando mais claro ou mais escuro somente em função da quantidade de solvente. Este procedimento tende a incrementar os contrastes, benvindos no primeiro plano.
Do segundo plano para os seguintes o branco deve ser adicionado, de maneira que se tornem mais claros e percam cada vez mais os contrastes.
2. Fase das veladuras.
Antes de mais nada, para quem não está acostumado com este têrmo, veladura significa uma camada transparente de tinta aplicada sobre uma camada já existente. Em outra postagem vamos discutir melhor isto.
Assim, nesta  etapa, aplicamos veladuras de amarelo indiano e de alizarin crinsom (trata-se de um vermelho transparente, escuro e ligeiramente puxado para o azul). O amarelo é aplicado no plano próximo, e o alizarim nos planos secundários, até o mais distante.
Pode ser usado aqui também o branco de zinco, que é transparente, e bom para mistura com cores frias. Em misturas com o alizarim e o azul ultramarinho tem um comportamento excelente.
Veja abaixo a execução do exercício que eu fiz a partir de foto de referência na página 104 do livro Landscape Painting, do Kevin Macpherson, ao qual já me referi em postagem anterior.
Antes de mais nada, o desenho:
Agora, vamos para a primeira fase do exercício, que poderiamos também considerar como um estudo de valores. Vejam como do segundo plano em diante o branco vai sendo inserido cada vez com mais intensidade:

Por último, o exercício já executado:

O promontório - Oswaldo Pullen - OST - 16,5 x 22cm

2 comentários:

  1. Muito boa estas suas explicações Oswaldo para a execução de um estudo de uma paisagem. Por intermédio de seus comentários, desde a indicação da paleta de cores que foi usada, a execução do desenho, como também todo o processo da execução da pintura foram muito bem explicados. Gostei muito da sua didática. Jose de Jesus.

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  2. Gostei muito dessa primeira fase monocromática, Penso que facilita o início do trabalho e possibilita a divisão dos "pesos" das cores. Muito bom! Obrigada!!!!!! Bjs.

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