quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Harmonia de Cores - Parte I - Roda de Munsell

As vezes, a gente entra em encrenca sem nem se dar por isto. Pois foi assim:
Já há algum tempo venho cismando com encontrar métodos mais fáceis de harmonização de cores, de maneira a resolver na prática, sem grandes confusões ou uso de receitas pré-fabricadas a paleta de cores que vou usar em determinado instante.
Na minha pesquisa, encontrei dicas interessantes no material do Richard Robinson que tem excelente vídeos e alguns PDFs preciosos em cores; encontrei material também muito bom na Universidade Online do Barry John Raybould, e em origens diversas, como no livro "Color Harmony in your paintings" de Margaret Kessler, e na jóia de livro que é A Guide for the Realist Painter" de James Gurney, um dos melhores ilustradores do mundo, e que publicou este livro que indico para todo e qualquer um que queira entender de pintura.
Albert Henry Munsell
Mas por trás de todos estes mestres há um mestre maior ainda que foi  Albert Henry Munsell (January 6, 1958 - June 28, 1918) pintor americando, professor, pesquisador, e inventor do Sistema Munsell  de Classificação de Cores, até hoje imprescindível nas Ciências, na Agronomia, Design, Modas, e por aí vai.
Insatisfeito com a diversidade de designação das cores, onde a mesma cor poderia se conhecida como "azul polar" em uma parte do mundo e "gelo", em outra parte, Munsell propos um sistema onde cada cor poderia ser designada matemáticamente, podendo ser decodificada em qualquer continente, como exatamente "aquela" cor.
Munsel determinou que cada cor tinha três atributos:

  1. Matiz - que é a cor própriamente dita (azul, vermelho, amarelo, verde, etc.)
  2. Valor - que é a quantidade de luz (do claro ao escuro) que aquela cor reflete (divido por ele em 9 níveis, sendo 1 o mais escuro, e 9 o mais claro), e, por último,
  3. Intensidade - que é o nível de saturação da cor. Num monitor de televisão, a gente pode fazer esta experiência. Carregar ou retirar toda a saturação de uma determinada cor, deixando-a "estourada", ou retirando a sua vivacidade, até que ela se torne num tom de cinza.
A outra coisa que nos interessa aqui, é que em vez de considerar a existência de três cores primárias,, que viriam a determinar mais três secundárias, e por sua vez, mais seis terciarias, como é na roda de cores tradicional, Munsell propôs 5 primárias, mudando assim a organização das cores.
Assim, para Munsell (e para mim, que me tornei num adepto do sistema) as primárias são Violeta, Azul, Verde, Amarelo e Vermelho, sendo as secundárias a mistura destas cores. Vejam:

Insatisfeito com as palhetas que vi (inclusive a da Kessler, que a meu ver está
distorcida), pintei a de cima que veremos mais vezes pela frente.
Existem outras paletas, como a Yumrby, muito usada pelo pessoal de arte digital, porque incorpora o magenta e o cyan, mas que para mim tem tons de laranja demais, e é mais complicada do que a de Munsell com suas somente dez divisões.
Nas próximas postagens vamos examinar como se valer desta paleta e de máscaras de amplitude (prefiro usar o têrmo em inglês - gamut mask), coisa que aprendi com o James Gurney e o Richard Robinson. Novamente, o livro do James Gurney, A Guide for the Realist Painters é imperdível!
Inté.
Para ver a segunda parte da postagem, clique aqui.

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