quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Novos incentivos para se pintar a óleo

A pintura a óleo tem como uma tradição negativa o odor característico de seus solventes e seu potencial perigo, e a demora em secar, o que tem levado muitos pintores para a seara do acrílico, mas fácil de limpar, sem cheiro, e com rápido tempo de secagem.
Esta última característica, no entanto, joga contra o artista, já que não lhe permite os elaborados efeitos que a pintura a óleo permite, inclusive com a mistura da tinta sobre a própria tela.
Quando se pinta um horizonte por exemplo e depois se vem com as árvores no primeiro plano, elas ficam com um aspecto estranho, como não se combinassem com o restante da paisagem ao longe. Isto se dá porque o o plano distante já secou, e os limites da árvore ficam extremamente destacados, não se mesclando com o restante do ambiente.
Com o óleo, tal problema já não acontece, pois quando vamos pintar a galhada das árvores, a tinta que está ao funo ainda não secou, e tende a criar um efeito harmônico, quando suas bordas se misturam com a tinta da árvore.
Pintei muito tempo com o acrílico, em função do pequeno espaço de meu estúdio, e da pressa em ver os resultados acontecendo.
Mas não fiquei satisfeito. Muitos mestres que usam o acrílico argumentam que estes efeitos podem ser contornados, mas nenhum deles pode vencer a extrema luminosidade e o calor da pintura Plein Air, que faz com que a tinta, inclusive na paleta, resseque em poucos momentos.
Existe uma opção, caríssima, que é a utilização da Golden, tinta importada, que tem uma linha especial para um longo tempo de secagem, que é a Golden Open. Mas isto não é para os pobres mortais como nós, que estamos no início do caminho.
No entanto, existem boas novas:
Contrariamente ao antigo hábito de se utilizar panos para limpar os pincéis, os pintores começaram a usar o papel toalha, que uma vez utilizado é ensacado em um saco plástico destes de supermercado, e rapidamente eliminados. Esta é uma solução já usada há algum tempo pelo profissional, mas que pouco chega ao amador.
Papel toalha em vez do trapo - Eliminar logo após a sessão
A segunda queixa dos que trabalham com o óleo é a questão do odor, mesmo com os solventes que se declaram como os mais livres do proplema do mercado (como O Ecosolv e outros). Eu terminei usando um solvente importado da LeFranc, ao custo absurdo de quase 100 reais o litro. Afinal, encontrei uma outra solução muito mais barata, e nacional:
Solvente inodoro da Gato Preto
Pouco prestigiado nas lojas, e dado como um solvente "mais fraco", o solvente inodoro, que é inodoro mesmo, terminou descoberto por mim, e utilizado tanto para a dissolução das tintas quanto para a limpeza dos pincéis. A loja que me vendeu disse-me que o solvente era "meio fraco", para dissolver as tintas, mas não dei bola, e acabei com um produto que custa em torno de 15 reais e não me atrapalha em meu pequeno ambiente.
Por último, o meu outro achado, fuçando a internet. Eu venho usando o médium alquídico da Daler Rowney, e estando bastante satisfeito com ele, mas terminei descobrindo que existe um produto nacional, o Gel Secante da Acriléx, que ao contrário de meu preconceito, não possui nada de cobalto, o grande vilão, em sua fórmula, segundo me foi garantido pelo químico responsável, o senhor Everton Puhis, da Acrilex. me disse o mesmo que dentro da formulação dos secantes utilizados (de 1% a 3% da mistura) não há nenhum componente de cobalto.
Pela expecificação acessível no site, existem de 60 a 70% de resina alquídica, de 30% a 40% de solvente e de 1  a 3% dos tais secantes, cuja composição ele não quis me revelar, dando como segredo industrial.
Usei um frasquinho para me facilitar
O seu uso foi simples. Para cada porção de tinha a óleo que eu colocava, usava algumas gotas do preparado. O que resultou e passou o tempo de secagem para dois dias no máximo. A única restrição que encontrei no gel foi a impossibilidade de dissolvedo mais, já que teve um tendência de aglutinar quando submetido à dissolução, e o seu odor, que é, no entanto, pouco notado, já que é utilizado em pequenas quantidades.
A grande juíza desta história toda é minha mulher, que até agora não reclamou de odores estranhos tresandando pelo corredor do apartamento.

4 comentários:

  1. Prezado Oswaldo.
    Já uso o papel toalha na pintura a óleo assim como o solvente inodoro pois meu "canto" de pintura também passa pelo crivo da esposa quanto a odores! Usava o Gato Preto (acho o melhor que tem ) mas sumiu do mercado aqui no Rio de janeiro há um bom tempo. Tenho usado o da Acrilex com bom resultado. Uso também o gel secante com o resultado descrito e mais, costumo usar óleo de linhaça quando percebo que a tinta/mistura não estão "correndo" solta na tela, inclusive com o gel secante , sem problemas.
    Valeu pelas dicas, sempre bem vindas e esperadas !!!

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    1. Marcello, procura pelo site da Gato Preto, que ela indica quem a revende aí no rio de janeiro. Na pior das hipóteses, compra pela internet. Aqui em Brasília, na Casa das Artes, eu reclamei (só estou com os frascos de 100ml) e eles comprarm novamente o de 500ml. Vou continuar a dar dicas. Uma das próximas vai ser sobre a construção de minha pochade box (caixa de pintura) que adapta num tripé e levo para pintar ao ar livre Abraços!

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  2. Ola! Vou usar suas dicas! Situação urgente aqui ...procurando processo pra secagem rápida... Nao consigo usar tinta acrílica...trava todo o processo de criação. Grata!

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  3. Consegui dissolver o gel secante da Acrilex com um pouco de óleo de girassol, e textei, tenho renite alérgica e pintei com a casa fechada, n senti nada demais, pra lavar os pincéis o solvente eco da corfix, esse é melhor do q o da Acrilex. O Ecosolve ainda me fez tossir, e o da corfix não.

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