"Não há uma identidade criativa para Ninguém.
Algumas vezes, estilo é uma prisão na qual você mesmo se coloca.
Basta se manter trabalhando e, ao final, aquele monte de coisas é você"
Alex Trochut
segunda-feira, 22 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
A cilada da Perfeição
O professor de cerâmica anunciou na primeira aula que ele
estava dividindo a classe em dois grupos. Todos do grupo à esquerda, ele falou,
teriam sua avaliação baseada exclusivamente na quantidade de potes que eles
produzissem. O outro grupo, ao contrário, seria avaliado pela qualidade das peças que viessem a produzir, não importando a quantidade.
No final do dia ele pesaria as peças do primeiro grupo: 23
quilos de potes lhes daria um grau “A”, 19 quilos dariam um grau “B”, e assim
por diante. Os que seriam avaliados pela qualidade de seus potes teriam um
“A”, se fossem perfeitos, diminuindo a avaliação conforme a qualidade fosse
decrescendo.
Quando chegou a hora de avaliar os resultados, um fato
curioso surgiu: Os trabalhos de melhor qualidade pertenciam ao grupo que estava
sendo avaliado pela quantidade. Parece que, enquanto o grupo da “quantidade”
estava ocupado lidando com montes de argila num processo de aprendizado a base
do erro/acerto – o grupo da “qualidade” investiu seu tempo teorizando sobre a
perfeição, e terminou ao final tendo menos trabalhos para mostrar do que suas
grandiloqüentes teorias e um monte de argila não utilizada.
Se você pensa que um bom trabalho é de alguma forma sinônimo
de trabalho perfeito, você está caminhando para um problemão. Arte é humana,
portanto arte é erro.
*Trecho traduzido do livro Art & Fear de David Bayles & Ted Orland
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