sábado, 3 de outubro de 2015

A melhor forma de limpar um pincel

Hem?


Ficou surpreso com a imagem?

Pois é, eu limpava os meus pincéis (trabalho normalmente com óleo sobre tela) primeiramente com terebentina e papel toalha, até que os pincéis ficassem aparentemente limpos, e depois lavava com sabão de coco. O que você descobre é que por mais que aparentem estar limpos, ainda há muito resíduo de tinta nos pinceis.
Esta lavagem era composta de duas etapas: a primeira molhando o pincel na água e esfregando no sabão, e depois esfregando na palma da mão.
Ótima forma de se contaminar
Tudo bem. Foi sempre assim que eu fiz, e achava, apesar de ver que estava forçando substâncias como cádmio, chumbo, cobalto e outras tão perigosas quanto para dentro do organismo, esta era a única forma de deixar os meus pinceis verdadeiramente limpos.
Foi então que descobri no livro Daily Painting de Carol Marine uma forma simples e revolucionária, que me livrou para sempre de me contaminar na limpeza de meus pinceis.
E por incrível que pareça, quem resolveu isto foi uma simples bola de tênis.
Abaixo, eu lhe mostro como isto é muito simples.
Vamos então começar pela lista de material que você vai precisar:
  1. Uma bola de tênis (não precisa ser nova)
  2. Uma fita crepe, destas que se usa para pintura
  3. Uma faca do tipo Olfa
  4. Uma caneta esferográfica.
Comece por envolver a bola com a fita adesiva, dividindo-a em exatos dois hemisférios:
Envolvendo a bola com a fita crepe
Já com a fita crepe colada separando os dois hemisférios
Já com a fita colada, você vai partir para a segunda etapa, que é traçar uma linha exatamente no meio da fita crepe, o que lhe vai dar a linha de corte. A fita crepe serve de guia, de forma que você vai conseguir isto com facilidade.
Traçando a linha de corte
Veja a bola com a linha de corte completamente traçada:

A seguir, vamos para a fase que pode ser perigosa para as suas mãos, já que você vai usar a faquinha para realizar a operação acompanhando a linha de corte. A bola resiste um pouco, mas aos poucos e procurando cortar numa posição mais lateral, fica mais fácil. Deixe os seus dedos longe!
Secionando na linha de corte
Trabalhe com calma, procurando seguir a linha que você anteriormente traçou. Ao final, terá um resultado como este:
A bola de tênis, já separada em duas partes
Agora, você já pode se aproveitar deste seu novo artefato!
Comece por limpar os seus pincéis em terebentina, e depois vá para a bica do tanque molhe o pincel e esfregue no sabão de coco.

A seguir esfregue com movimentos circulares o pincel no interior da bola de tênis:
Usando o interior da bola para esfregar o pincel.
Lave o pincel e novamente esfregue no sabão. 
Repita a operação até o momento em que você observar que a espuma está límpida e abundante. Aí, você pode lavar o seu pincel somente com água, e aguardar que ele seque para utilizá-lo novamente (jamais use um pincel molhado! Isto para efeitos de óleo, já que o pincel pode ficar completamente esgarçado).
Utilizando-se da bolinha de tênis você vai ter a vantagem, a qual a gente já se referiu de não absorver pela pele agentes tóxicos, e em função do formato do interior da bola de tênis, os pelos tenderão a ser empurrados para o meio, o que tenderá a preservar mais os seus pinceis.
Nunca deixe de me procurar com qualquer dúvida, e até a próxima!




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Construindo um Visor de Valores

Veja o primeiro post sobre visor de valores aqui

Dando continuidade à nossa conversa sobre o visor, vamos dar uma olha nos detalhes de sua construção, que é facílima. Vamos começar pelo material necessário:

  1. Uma cartolina, ou um papel cartão cinza. Não serve outra cor senão branco ou cinza.
  2. Um pedaço de papel celofane da cor escolhida (vermelho é melhor), que pode ser encontrado em locais como o Mercado Livre. Lá você encontra algo como "Kit gelatina celofane", em artigos de fotografia. Eu vi um em que vinham quatro folhas de 20 x 30 cm, por R$20,00. Eu escolheria duas verdes e duas vermelhas.
  3. Cola branca.
  4. Faca tipo Olfa (cuidado com os dedos!).
Corte dois pedaços de cartolina nos tamanhos e com o recorte central, conforme as medidas abaixo:
Eu esqueci de botar a altura do recorte central, que é de 6 cm.
Com as duas cartolinas já preparadas, corte um pedaço do seu filtro com 19 x 10 cm, de forma a que se encaixe entre os dois pedaços de cartolina. Cole o celofane à cartolina inferior, e imediatamente cole sobre o celofane a cartolina superior. Por segurança, deixe um dicionário ou um livro pesado sobre o visor, até que tudo seque.
E pronto, o visor está construindo! Eu se fosse você, faria dois: Um vermelho e um verde, tal como eu tenho. Até o próximo post!

Visor de valores

Nós temos comentando, diversas vezes, nas características principais da cor, que são matiz, valor e intensidade.
Hoje, vamos trazer à baila a questão da dificuldade que o pintor sente pintando ao ar livre, ou mesmo com uma fotografia, de analisar corretamente a questão dos valores (claro/escuro), já que as cores quentes tendem a parecer mais claras do que as frias.
Existem programas que podem resolver isto tanto ao ar livre no iPad, quanto com qualquer imagem digital (que pode ser mudada para p&b), mas o pintor conta com recurso mais simples que é o visor de valores.
Visor de Valores

Você pode encontrar facilmente no Mercado Livre o celofane apropriado, que no caso deve ser verde ou vermelho (lá os anúncios são de "gelatina", e são voltados para fotógrafos).
Mas como é que isto funciona?
Ora, sabemos que quando o matiz (as cores) é subtraído, restando tão somente o que o filtro deixa passar, o que sobra é uma imagem equivalente a uma em preto e branco, só que no nosso caso, em verde ou vermelho.
Aí a gradação de claro escuro fica evidente, já que estamos falando de uma só cor, o que facilita o trabalho do aficionado.
O filtro é de construção fácil, com dois pedaços de cartolina recortados internamente (como pode ser visto na foto), e colados com o celofane no meio.
Vejam abaixo um exemplo com o filtro verde para começar e, a seguir, com o vermelho.
O nosso cenário, que é a vista da janela do meu Ateliê
Abaixo, vamos examinar o mesmo cenário, só que utilizando o visor verde:
Com o visor verde
Note que as cores foram reduzidas a valores de verde, o que permite ao observador saber exatamente o que é mais claro e mais escuro no cenário que pretende capturar em sua pintura.
Mostramos a seguir o mesmo cenário, só que se utilizando do visor vermelho:
Usando o visor vermelho
Com o vermelho, as formas ficam mais borradas, mas no entanto temos a vantagem de obter valores mais aproximados, o que vai nos ajudar em nossa pintura.
Este é um acessório de custo mínimo e que auxilia em muito o trabalho de quem vai pintar au plein air, ou mesmo no estúdio. Construa um e aproveite!

Para ver como construir o visor de valores, clique aqui.