quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Pochade made in Brazil


Se você pinta ao ar livre, isto vai lhe interessar!
Até agora não tínhamos no Brasil uma pochade, que é a caixa de pintura para ser utilizada ao ar livre.
O resultado é que ou fazíamos uma artesanal, o que foi minha solução inicial, ou importávamos produtos que não agradavam inteiramente por seu peso e por estarem preparados para painéis com medidas em polegadas.
Foi uma boa notícia quando soubemos que a Plein Air Brasil estava fabricando uma nacional, e notícia melhor ainda quando tivemos a oportunidade de conferir a sua qualidade.
Encomendei logo a minha (pleinairbrasil.com.br), e esperei ansioso. Valeu a pena!
Pochade box da Plein Air Brasil
Quando o pacote chegou (vieram mais coisas, das quais vou falar em outras postagens), foi a surpresa: Um primor de pochade, com um conceito perfeito.
Pochade com painel de pintura instalado
O que a Plein Air Brasil conseguiu foi um acabamento perfeito e funcional com os metais todos banhados e funcionando com precisão. Não tem nada "bambo". Tudo fica firme e confortável para quem quer pintar.
Para a sua utilização, só é necessário que você mande cortar um vidro de 3 mm nas medidas da paleta interna (26 x 21 cm), e instalar a pochade em seu tripé fotográfico.
Vista da face inferior, onde se pode ver o local para instalação do tripé
Pochade em uso

Veja a seguir alguns detalhes da pochade
Parte frontal da pochade
Detalhe do fecho
Visão traseira.
Para encerrar, dois detalhes:
Uma pochade como a Lite da Easyl, custa US$200 o que, se forem somados custos de remessa e os escarchantes impostos brasileiros, vai resultar em algo como R$1.200,00.
A pochade americana não vem com a bandeja lateral, custo já incluso no que se refere à pochade da Plein Air Brasil.
Não deixem de visitar o site pleinairbrasil.com.br. Lá tem também outras soluções para a pintura ao ar livre bem interessantes.
Inté.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Guerra de Gênios


Acabei há pouco de ler o excelente "A Arte da Rivalidade" de Sebastian Smee, que conta a relação entre os componentes de quatro duplas da pintura, entre os séculos XIX e XX.
É de se notar que nas duplas, sempre um dos componentes, mais velho, funciona como mestre e influenciador.
Esta ascendência nem sempre é aceita pelo artista mais jovem, que luta para imprimir em seu trabalho as marcas de seu estilo próprio.
Isto fica muito claro, por exemplo, na resistência de Picasso ao examinar a obra de Matisse, com medo das influências, mesmo se sabendo que o seu salto mortal para o Cubismo foi graças a conversas e às mascaras africanas que lhe foram mostradas por Matisse.
Na relação entre Francis Bacon e Lucian Freud, onde o primeiro, com um estilo único e agressivo que provocou a busca de Freud por sua linguagem definitiva, houve também diversos atritos que vieram a culminar com uma ruptura definitiva, quando os pintores deixaram de vez de se falar. Isto não impediu que Lucian Freud mantivesse por toda a vida uma obra de Bacon em uma de suas paredes.
A parceria tempestuosa também foi característica do relacionamento entre Degas e Manet, chegando ao ponto de Manet danificar o quadro que Degas pintou dele com a esposa. Degas recolheu a obra, chegando a iniciar a sua reparação, a qual, no entanto, nunca foi completada.

O quadro de Degá, cuja restauração jamais foi terminada.


Por último, Sebastian Smee nos conta da relação entre De Kooning e Jackson Pollock, relação esta menos tempestuosa e de novo com a influência do membro mais velho da parceria, que no caso era De Kooning.
Smee não se limita às rivalidades, mas se aprofunda na análise da obra de cada um dos artistas, e do ambiente cultural do qual eles eram cercados.
Vou ler de novo!

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Quem foi que pintou II

Vamos ao próximo quiz? Veja as duas obras abaixo. Observe que para que o desafio tenha graça, apaguei a assinatura em cada uma das obras.



Pois bem, quem foi que pintou?
Gauguin? Hã? Não, não foi ele não. Foi Émile Bernard, pintor também francês que lhe apresentou, em 1888, na Bretanha, ao Clousonismo, estilo de pintura em que as formas são delineadas por linhas escuras que as cercam e dão um tom decorativo. Veja na segunda obra as grandes extensões de laranja e vermelho que Gauguin, depois, começou também a se utilizar.
Gauguin também foi influenciado por Pissarro, como pode ser visto em suas obras produzidas na época em que os dois pintores estiveram mais em contato.
Ou seja, a história da arte é feita destes episódios de antropofagia cultural, em que os artistas se influenciam, fazem trocas inconscientes e até se acusam de plágio, quando na verdade tudo isto não passa de um processo natural.

p.s.1. Para registro, a primeira imagem é da obra "Mulheres Bretãs em um Pasto Verde", sendo a segunda da obra "Ceifeiras de Trigo em Pont-Aven".

p.s.2. E por falar em influências, esta obra de Émile Bernard
não lembra
Demoiselle D'Avignon de Picasso? 
Será que aqui também, apesar da disparidade de escolas, não houveram também influências? Hum...

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quem foi que pintou?

Veja a obra abaixo. Você saberia dizer quem pintou?
E esta?
Posso garantir que são obras de dois pintores famosos...
Vamos, não sabe?
Pois bem, a primeira obra é de Picasso (Retrato da Mãe do Artista, 1896), e a segunda é de Gauguin (Estudo de Nu, ou Suzanne Costurando, 1880).
Difícil de acreditar, inda mais se comparamos com as obras abaixo, já designativas da madureza de cada um destes gênios da pintura.
Picasso - Demoiselle D'Avignon - 1906
Gauguin - Visão Após o Sermão - 1888
Picasso, nesta obra (Demoiselle D'Avignon), rompe com toda a sua trajetória até então e inaugura a sua fase madura, decompondo as figuras de uma forma que posteriormente ficou conhecida como o Cubismo.
Já Gauguin, na obra que é considerada o início do movimento simbolista, rompe com as convenções de profundidade ainda algo respeitadas pelos Impressionistas, e se lança numa aventura onde a utilização de vermelhos e laranjas se torna farta, assim como a delimitação das figuras, em boa parte das vezes através de linhas negras.
Esta evolução espantosa dos artistas - Picasso passou pelas fases Azul e Rosa antes de se projetar com a sua fase definitiva - é o que chamamos de busca da própria "Voz", o que vem definir a identidade e singularidade da própria obra.
Esta busca é dolorosa, e as vezes infrutífera. Muitos tentam ser novos e terminam no cemitérios dos sempre-iguais. Importa é buscar o eu-mesmo, em anos de labuta e de estudo para domínio da técnica, até que um dia esta identidade aflore.
Se a sua obra se instala no cenário como algo novo, é uma consequência aleatória das origens, do DNA e do caldo de cultura onde o artista se meteu.

domingo, 6 de agosto de 2017

Andrew Gifford - Landscape contemporâneo


Barco no Mississipi - OST 26x26cm

É sempre bom verificar que o Impressionismo se renova a cada geração e se mantém sempre contemporâneo.
Cena Urbana - OST 26x26cm
Andrew Gifford, nascido na Inglaterra em 1970, é reconhecido como um dos mais proeminentes paisagistas contemporâneos. O seu domínio da luz e as suas formas bem marcadas o configuram como um dos artistas que mais se arriscam no limite entre o figurativo e o abstrato, mantendo-se sempre na beira da gestalt irrealizada.
O artista em ação