A minha curiosidade com as possibilidades do branco não vem de hoje, mas só há
algum tempo tive ocasião, ainda usando acrílico, de testar um branco
diferente do branco de titânio, de uso quase universal em nossos dias.
Testei o branco de zinco (da Golden), e notei diferenças
no que se referia à transparência. Ou seja, o branco de zinco me pareceu um
pouco mais “fraco”.
Quando passei a me utilizar de tintas a óleo, pude me aproximar de outras variedades
do branco, que logo me mostraram o quanto eram diferentes.
Mas, vamos começar lá, lá para trás.
Os nossos tataravós pintores, aqueles que conviviam com os
dinossauros, pintavam usando o branco dado pela terra, ou seja, o material que hoje
conhecemos como giz de calcário.
Um pouco depois, ainda nos primórdios da cor, começaram a se utilizar de ossos para obter o branco para a pintura.
Já em tempos mais modernos, quando o Ocidente intensificou
suas trocas com o Oriente, a pintura ganhou um presente literalmente da China que foi o carbonato de
chumbo, ou Branco de Chumbo. Este pigmento logo se impôs por sua qualidade.
Apreciado até nossos tempos (Lucian Freud o usava com
largueza), este branco tem qualidades de brilho que alguns julgam inigualável,
pagando-se o preço de sua toxidade conhecida.
No final do século dezoito, apareceu na França o Branco de Zinco,
com duas imediatas vantagens sobre o de Chumbo, que foram a sua não toxidade, e
o fato de que não amarelava, coisa que acontecia com o Branco de
Chumbo sob determinadas condições.
E finalmente, em 1919 foi sintetizado na Noruega o Branco de
Titânio, que hoje é utilizado pela maioria dos pintores.
Por último, quando é desejada alguma transparência no branco
deve-se utilizar o branco de Zinco ou de Chumbo, já que o de Titânio tende a se
sobrepor quando do uso das técnicas de veladura. O Primeiro tende a secar com
um tom mais apropriado para as cores frias, e o de Chumbo para o lado mais
quente da Paleta de Cores.
Apesar do menor perigo, porque este produto hoje em dia já vem misturado e embalado em tubos, pode-se usar este branco, tomada a precaução mínima da utilização de luvas cirúrgicas e completa limpeza do material após o seu uso.
Muito boa postagem Oswaldo Pullen! É importantíssimo que o pintor conheça os pigmentos que usa além do nome fantasia fornecido pela fábrica. Sabendo o que o tubo de tinta contém, sabe-se exatamente que resultado esperar.
ResponderExcluirConcordo, Sandra! Parece que só a Corfix (das marcas brasileiras) anda informando o pigmento que usa. As marcas importadas são absolutamente esclarecedoras trazendo informações como código do pigmento, opacidade, permanencia e toxidade.
ResponderExcluirOlá Oswaldo! Parabéns pelo Blog, passarei a acompanhá-lo! A Acrilex resolveu (finalmente) colocar o índice de cor dos pigmentos em seus rótulos! Grande abraço!
ResponderExcluirAdorei saber, é importante essas informações, ainda mais para quem é iniciante... Obrigada...
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