domingo, 3 de novembro de 2013

Dúvida crucial.


Imagine que você está para ser deixado em uma ilha abandonada e que vão lhe deixar com suficiente provisão de pintura, para os dois anos que você vai passar lá. 
No entanto, tem uma pegadinha:
- Só vão lhe deixar as três cores primárias, e o branco.
Considerando a quantidade de diferentes vermelhos, amarelos e azuis que o mercado oferece, qual seria a sua escolha? 
Por favor, poste o seu comentário e, se quiser, justifique.
Faço esta pergunta para meus botões porque é muito comum a dica de "trabalhe com as primárias!", mas ninguém diz que primárias são estas. 
Assim, o que eu queria que você dissesse é qual dos vermelhos você escolheria, por exemplo, o vermelho de cádmio claro ou o alizarin crimson. Dos amarelos qual seria a sua escolha? O de cádmio também, o ocre, ou o amarelo indiano? E dos azuis? O ultramar, o de cobalto ou o cian? Deixe a sua escolha num comentário, e depois vamos ver o que todo mundo falou.

9 comentários:

  1. Amarelo ocre, vermelho chinês e azul cobalto. Já trabalhei só com os três, mais o branco de titânio, e os resultados foram muito equilibrados, em tons médios. O Alizarin Crimson é espetacular, mas se "esvai" com o passar do tempo. Gostei da dúvida!

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  2. Eu escolho o amarelo de cádmio escuro, magenta e cyan. Com essas três eu tenho meus verdes, violetas e outros....

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  3. Interessante, como nesses comentários as opções foram completamente diferentes. E ainda, o comentário do Ricardo Ardente de que o alizarin não é permanente. Se for verdade, muita gente por aí está com problemas...

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  4. Eu usaria amarelo limao , azul ultramar e vermelho chinês
    Com essas cores conseguiria produzir cores frias para o terceiro plano e cores quentes para o primeiro plano

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  5. eu escolheria primeiro uma ótima série de uma boa marca de tintas. depois tomaria um cadmio escuro, um amarelo cadmio médio e um azul ftalo. mais um branco titânio, claro! poderia me virar só com essas cores, mas para uma obra mais rica em cores e tons deveria ter um pouco mais de cores disponíveis. as diferenças de opiniões vão existir porque cada artista tem suas cores prediletas e, de acordo com o que suas obras pedem, escolherão cores básicas diferentes. nem precisariam ser necessariamente as primárias, como vi aí em cima. abraço, Pullen!

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  6. Amarelo de cádmio escuro Rembrandt (PY35+PO20), Azul ultramar Utrecht (PB29) aLizarin permanente W&N (PR177). O branco de titanio misturado com zinco, haverá sempre alguém pra dizer que essas cores não são primárias, não importa a teoria, essas são as minhas escolhidas.

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  7. O ensino da pintura está repleto de mitos e tradições. Em primeiro lugar, como mencionei na postagem anterior sobre os brancos, precisamos conhecer o que há por trás dos nomes fantasia que as empresas colocam nas cores, no sentido de identificar os pigmentos utilizados informando-nos se são puros, resultados de mistura, se são opacos, transparentes, grau de permanência e toxidade.

    A sua dúvida, Oswaldo embute duas perguntas: Quais são as cores primárias e qual a sua escolha? Não pretendo neste espaço aprofundar-me nesta questão que exige debruçar-se sobre um estudo fascinante sobre os pigmentos antigos e modernos (estudo que aconselho fortemente a todos) Então de maneira geral posso te responder: Primárias são aquelas que fazem parte das famílias: Magenta, amarelo e ciano
    . Por exemplo, para o magenta poderíamos ter o PR122, o PV19 o amarelo poderia ser o PY3 e o ciano o PB15 .

    A afirmação do Ricardo Ardente é verdadeira no que se refere ao Alizarin Crimson PR83, temos um que não é fugitivo, o PR177 com o nome comercial de Carmim alizarin permanente.

    Quanto às escolhas: Dificilmente algum pintor antigo ou moderno limitou-se ou limita-se às cores primárias exclusivamente, a quantidade de bons pigmentos modernos disponíveis é tão grande que mesmo os que usam uma paleta reduzida incluem em suas escolhas pigmentos transparentes e opacos sintéticos ou não.

    Um conhecido e conceituado fabricante dos Estados Unidos, Robert Gamblin, certa vez, em propaganda de suas tintas, escreveu: "O que os impressionistas não teriam feito se conhecessem esses pigmentos?" (referindo-se aos modernos pigmentos orgânicos)

    A escolha da paleta define o resultado e é mesmo pessoal, não tem receita e isto é muito bom.Dependendo da situação eu,por exemplo, arrumo a minha paleta acrescentando ou substituindo determinados pigmentos.

    A Paleta de Zorn
    Diz-se que o Mestre Sueco Anders Zorn(1860-1920), um dos meus favoritos, usava uma paleta de 4 cores: branco, ocre, vermelho e preto(nada a ver com primárias).Com esta descrição você pode pensar que o resultado seriam pinturas sombrias, mas observe a luz delas. Vale a pena dar uma olhada no trabalho dele!


    Sugiro a continuação da leitura deste assunto no site:

    http://www.handprint.com/HP/WCL/paletfs.html
    é um site bem completo e mergulha fundo no tema

    O site do fabricante de tintas Gamblin também trata do tema de maneira muito didática
    http://www.gamblincolors.com/newsletters/index.html

    uma outra fonte de consulta é:
    Ralph Mayer, The artist’s handbook of materials and techniques e também:

    Edson Motta e Maria Luiza Guimarães Salgado, Iniciação à pintura

    Há alguns anos mantivemos uma comunidade no Orkut com mais de 800 membros denominada "Pintura ao Ar Livre", onde discutíamos temas relacionados.
    Na verdade era uma continuidade das conversas que eu tinha com o colega João Barcelos em nossos encontros de pintura ao ar livre dominicais.Eram encontros muito prazerosos que iam muito além do quadro que pintávamos no dia, tantos eram os assuntos que algumas vezes nem pintávamos.

    Destas conversas surgiram várias pesquisas que compartilhávamos com a comunidade e sugiro também a leitura do artigo de autoria dele que trata exatamente sobre o tema:

    http://www.joaobarcelos.com.br/cap3.pdf

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